O Globo de Saramago – 1993 parte da obra poética de O ANO DE 1993 de José Saramago. Tal com na obra literária de José Saramago, procura-se aqui criar um outro jogo, um jogo contemporâneo que foge aos cânones, às regras, e que nos deixa ir pela corrente das palavras e do pensamento. Aqui as palavras estão em sintonia e em diálogo com o movimento do corpo, a ação do pensamento, o traço do desenho, o ritmo da música ao vivo e a manipulação do próprio objeto cénico.
Todo o jogo teatral decorre dentro de um globo insuflável, transformando o objeto cénico globo num casulo de situações melancólicas, intensas e intimas, onde prevalecem os pensamentos e tentações de um homem insatisfeito que habita dentro da sua própria caverna. Insatisfação, o estado que o torna ativo ao longo da história e de toda a trama.
O Globo de Saramago – 1993 é um espetáculo em 3 atos. 1º ato – A CIDADE, 2º ato – AS MONTANHAS e 3º e último ato – A RECONQUISTA.
Nunca a certeza de mortos evitou uma guerra, muito menos em 1993.
O homem que tudo vê na cidade ocupada pelo exército invasor, expõe os episódios que terrivelmente assiste – os habitantes doentes da peste, que reunidos saíram de casa por uma ordem que ninguém ouviu; uma guerra onde os escrúpulos não são prisão; a contagem noturna dos habitantes que foram autorizados a viverem na cidade; o interrogatório do homem que saiu de casa depois da hora do recolher; e a chamada guerra do desprezo, onde é introduzido pelo grande ordenador o programa do ódio e a memória das humilhações.
Este espetáculo conta com a música eletrónica original da artista Surma.
A beleza e originalidade das suas construções sonoras, estabelece um diálogo com a concepção e com a narrativa deste espetáculo
Débora Umbelino, mais conhecida pelo nome artístico de Surma. Nasceu e cresceu na pequena aldeia de Vale Do Horto, onde começou, desde cedo várias aventuras com projectos musicais. Enquanto estudava no Ensino Secundário em Leiria venceu o ZUS! em 2014 com os Backwater & The Screaming Fantasy e em 2015 começou o seu projecto a solo a que chamou Surma, que rapidamente correu o país e começou a despertar a atenção do público e da imprensa. Pelo meio frequentou o curso de Jazz no Hot Club, com especialidade em contrabaixo e voz e aventurou-se em pós-produção audiovisual. O seu disco de estreia acabava por ser adiado para o final de 2017, tendo “Antwerpen” merecido logo uma aclamação generalizada que a colocou num lugar cimeiro dos novos valores da música nacional. Meios como o Expresso, Público, Blitz ou Antena 3 votam-no como um dos melhores do ano e a Sociedade Portuguesa de Autores nomeou “Hemma” para melhor canção de 2017. Nos últimos dois anos apresentou-se ao vivo por mais de 200 vezes e por 16 países. Dos norte-americanos South By Southwest ou NYC Indie Week ao mítico clube Londrino 100 Club, do holandês Eurosonic ou do Francês MaMA ao islandês Iceland Airwaves ou ao Brasileiro SIM São Paulo, do austríaco Waves
Texto | O Ano de 1993, de José Saramago
Encenação e interpretação | Frédéric da Cruz P.
Música original | Surma
Assistência de encenação | Carolina Ventura Figurinos | Carla Freire Caracterização | Anabela Silva
Direção Técnica/ luz e som | André Pina
Design gráfico | Paulo Fuentez
Fotografia | Carlos Gomes
Vídeo e edição | Phorma.TV
Gestão do projeto | Tânia Alves
Produção | Adriana Dourado e Patrícia Cecílio
Apoio na produção | Carlos Vieira
Concepção, criação e produção | Leirena Teatro – Companhia de Teatro de Leiria
Em Coprodução com | Fundação José Saramago, Município de Leiria, Leiria Cidade Criativa da UNESCO e Teatro José Lúcio da Silva
Apoio | União de Freguesias Marrazes e Barosa
Uma criação Leirena 2022
Caso pretenda adquirir um bilhete de mobilidade reduzida e um de acompanhante deverá ser contactada a bilheteira do Cine-Teatro de Amarante para que se possa reservar esses lugares juntos – 255 420 215
FRÉDÉRIC DA CRUZ PIRES | Criação, concepção e interpretação
Fundador, Diretor Artístico e encenador do Leirena Teatro – Companhia de Teatro de Leiria.
Licenciado em Teatro e Educação pela Escola Superior de Educação de Coimbra e tem mestrado em Artes Performativas, Teatro – Teatro do Movimento pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Como ator trabalhou com João Mota (Teatro Maria Matos, Comuna – Teatro de Pesquisa e Teatro Nacional D. Maria II), Luca Aprea (ESTC), António Mercado (O Teatrão – ESEC), Nuno Pino Custódio (ESEC), Marco António Rodrigues (O Teatrão – ESEC) e Júlio Castronuovo (O Teatrão – ESEC), entre outros. Enquanto docente, actualmente lecciona no Politécnico de Leiria no Mestrado em Intervenção e Animação Artísticas. Também foi docente na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha (ESAD – IPLeiria) no Curso de Teatro, disciplina de “Encenação”; como também em escolas com o ensino profissionalizante, nomeadamente em Artes do espetáculo – Interpretação.