Estudos arqueológicos regressam ao Mosteiro de Santa Clara
Teve início a 4 de setembro uma nova campanha de escavações arqueológicas no Mosteiro de Santa Clara de Amarante. Os trabalhos resultam de um protocolo assinado em novembro de 2016 entre o Município de Amarante e a Escola Profissional de Arqueologia do Freixo (Marco de Canaveses), e têm por finalidade a constituição de um Campo Arqueológico em Santa Clara. Em causa está a recuperação das ruínas do estabelecimento monástico mais antigo da cidade de Amarante.
Esta campanha de escavações, coordenada pelos Serviços Técnicos da Divisão de Cultura e Património Cultural (DCPC) do Município de Amarante, tem em vista os seguintes objetivos: definir e encontrar os limites dos alçados laterais da nave da antiga igreja do Mosteiro; compreender a organização espacial exterior ao alçado norte da Sacristia; e concluir, junto ao alçado oeste da capela lateral da igreja, anteriores trabalhos de arqueologia, durante os quais se detetou uma unidade estratigráfica de revolvimentos, com vestígios osteológicos humanos desconexos.
A presente campanha irá terminar a 29 de setembro.
O Mosteiro de Santa Clara
O Mosteiro de Santa Clara de Amarante resulta de uma pequena comunidade de beguinas, instituída por D. Mafalda de Portugal – Rainha Santa Mafalda – (1195/96–1256), que, no séc. XV, ingressa na Ordem de Santa Clara. O Mosteiro foi crescendo e ganhando notoriedade ao longo de toda a Época Moderna, sendo, em 1809, aquando da II Invasão Francesa, profundamente danificado com a batalha e o incêndio que deflagrou no seu interior. No entanto, a ala Oeste é recuperada e a comunidade religiosa regressa a Amarante no ano de 1828. Após a promulgação de um Decreto-Lei, no ano de 1833, que proíbe o ingresso de noviços nas casas religiosas, o Mosteiro de Santa Clara de Amarante, à semelhança dos demais em Portugal, inicia o processo de extinção da sua comunidade religiosa e encerra as suas portas em 1862.
Após a supressão do Mosteiro, o edifício é vendido em hasta pública e, depois de arrematado, é transformado e adaptado às funções residenciais de uma família abastada de Amarante. Em 1993, a Câmara Municipal de Amarante adquire o edifício para o adaptar às funções de biblioteca e arquivo municipais.
A partir desta data iniciam-se trabalhos de Arqueologia com vista à recuperação das ruínas do Mosteiro.