Amadeo perpetuado em Paris
Amadeo de Souza Cardoso continua a levar o nome de Amarante a mais paragens. Desde 19 de novembro que uma das muitas residências que o pintor teve na capital francesa, o número 20 da Rua Ernest Cresson, tem uma placa evocativa, onde se lê: “Aqui viveu e trabalhou o pintor português Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) um dos precursores da Arte Moderna”. Foi precisamente nesta rua que o artista encontrou mais conforto e condições para trabalhar entre o final de 1912 e o início de 1914, numa altura em que se assistia à sua afirmação, no plano internacional. Recorde-se que foi durante esse período que Amadeo participou em exposições como o Armory Show, nos Estados Unidos da América, ou o 1.º Salão de Outono de Berlim, no ano de 1913.
“Um filho de Amarante ultrapassa as fronteiras do país e nos une de forma tão intensa a outros povos”, começou por dizer José Luís Gaspar na cerimónia de inauguração da placa. E prosseguiu: “É uma honra para mim, no plano pessoal certamente, mas sobretudo na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Amarante, protagonizar, enquanto representante de todos os Amarantinos, o momento em que Amadeo fica perpetuado na história de Paris”.
Depois da grande exposição no Grand Palais, Amadeo e Amarante voltam, assim, a mostrar-se ao mundo. Na sequência dessa mesma exposição de grande projeção internacional, que atraiu mais de 70 mil visitantes, a câmara de Paris, presidida por Anne Hidalgo, e o autarca Hermano Sanches Ruivo decidiram, pois, homenagear o pintor.
Um momento “feliz” para o presidente da Câmara de Amarante que viajou até à cidade da luz para marcar presença na cerimónia. “Amadeo está, sem dúvida, presente não só em Amarante e em Portugal, mas também aqui em Paris, em França, aumentando a dimensão dessa memória coletiva e constituindo-se como uma ponte mais entre estes dois povos”, sublinhou, orgulhoso.
Depois do descerramento da placa foi exibido o documentário “Amadeo de Souza-Cardoso: O último segredo da arte moderna”, realizado pelo lusodescendente Christophe Fonseca. Refira-se que Amarante acolheu a antestreia desse mesmo documentário a 16 de abril, no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.
Também a 19 de novembro, foi inaugurada, no Porto, uma recriação da primeira exposição individual, em Portugal, de Amadeo. Estará patente até 1 de janeiro de 2017, no Museu Nacional Soares dos Reis. Seguirá, depois, para Lisboa.