Um par de calçado dá direito a duas árvores no Marão
A regra bem que poderia ser de três simples, afinal de contas é também de números que estamos a falar. Carlos Gonçalves é um jovem empresário, um amarantino de 23 anos, que à boleia das contas quer mudar o mundo!
Senão vejamos: Portugal foi considerado em 2014 pela “Global Forest Watch”, o 4º país do mundo com maior taxa de desflorestação e o que este jovem pretende é aliar natureza ao artesanato, prometendo plantar árvores na Serra do Marão. “Walkest nasce da paixão entre o artesanato e a natureza, com a criação de um modelo de botas intemporal. Estas botas apresentam uma produção artesanal, onde podemos em cada par levar um pouco da cultura e tradição de Portugal”, começa Carlos por apresentar o projeto. A utilização de pele com tratamentos vegetais reduz efeitos de poluição, como metais pesados libertados para a natureza, mas para este jovem empresário era pouco. Assim foi criada a campanha “One pair of boots, One pair of trees” onde por cada par de botas vendido, “serão plantadas duas árvores em território nacional”, assegura.
Este projeto conta já com a parceria da Quercus, GreenCork, Floresta Comum e com o Município de Amarante.
“Walkest” começou a ser estruturado através do programa de aceleração de competências ‘Jump Box’, em Amarante, e foi recentemente premiado no concurso “Tâmega Sousa Empreendedor”, na categoria “Ideias com futuro”. Agora continua o trabalho na IRIS – Incubadora Regional de Inovação Social, promovida pelo Instituto do Banco Europeu de Investimento e Portuspark. No terreno está já uma campanha de financiamento coletivo, crowdfunding, (https://www.indiegogo.com/projects/walkest-walk-by-forest) na plataforma Indiegogo, com o objetivo de alcançar um investimento inicial de 15 mil euros.
De momento existem quatro protótipos de um modelo de bota em couro, produzido de raiz, em Benedita, Alcobaça, de forma totalmente artesanal. Protótipos esses que serviram de base para campanha de imagem já realizada, nomeadamente um vídeo e fotografias, material que pode ser visualizado na plataforma “Indiegogo”, onde os interessados devem fazer a pré-reserva das botas e efetuar o pagamento, ali designado por donativo, desde 75 euros por cada par. Se preferirem, podem ainda adquirir outros produtos do projeto, como bases para copos, ou simplesmente deixar o donativo para o projeto, sem efetuar qualquer compra. A campanha em curso decorre até 14 de outubro, data em que se espera atingir os 15 mil euros e arrancar com a produção 100% artesanal das botas.
“Espero que os primeiros pares comecem a ser enviados aos compradores já em meados de novembro. Com cada par seguirão uma fotografia do momento da plantação das árvores, que serão “batizadas” com o nome dos compradores, e a localização GPS”, aponta Carlos Gonçalves, com um ar de regozijo à mistura.