Ôlo mantém tradições locais com Feira das Papas
São esperados muitos forasteiros na freguesia de Ôlo, no fim-de-semana de 25 e 26 de fevereiro. Em causa, a 11ª Feira das Papas que vai acontecer no espaço polivalente do edifício-sede da autarquia. Serão dois dias de degustação de um menú tradicional daquela aldeia do Marão, que inclui papas de sarrabulho, de nabiças e de couve. A organização é da Junta de Freguesia de Ôlo e Canadelo e conta com o apoio da Câmara Municipal de Amarante.
A Feira das Papas de Ôlo remete para as tradições locais, marcadas por uma grande ruralidade e por atividades associadas aos trabalhos do campo e da floresta, a exigirem mão-de-obra bem alimentada e possante. O evento acontece no fim-de-semana imediatamente antes do Carnaval, marcado, também, por particularidades gastronómicas, baseadas na matança do porco e no aproveitamento das carnes.
Paralelamente à Feira das Papas realizar-se-á uma exposição/venda de produtos locais, com enchidos e fumeiros, mel, compotas e artesanato. Esquecida não foi a animação, marcada pela música popular. O destaque vai para as atuações dos grupos Samzafos, Baile Vadio e Viajantes do Tempo.
No programa da Feira das Papas inclui-se uma marcha de montanha, designada “Pelos Caminhos da Hidroelétrica de Ôlo”, com início às 9h30 de 25, sábado; e, no domingo, o “III Free Trail Papas D’Ôlo”, marcado para as 10h. Neste dia, a animação musical ficará a cargo do grupo Marinhos do Acordeão.
Ôlo é uma das mais míticas aldeias da serra do Marão, conhecida, sobretudo, pela Central Elétrica de Ôlo, mandada construir por António Lago Cerqueira, e que, a partir de 1917, passou a abastecer a cidade de Amarante. Com uma economia, em tempos idos, muito ligada à serra, através da Floresta e das minas de volfrâmio (a última a fechar foi a de Vieiros, em 1972), e depois de um acelerado processo de desertificação populacional, Ôlo procura um novo futuro, assente nos seus recursos naturais (hídricos e paisagísticos), nas suas idiossincrasias, identidade, e cultura local.
É neste contexto que se insere a Feira das Papas, em cuja 11ª edição se esperam, por estes dias, muitos forasteiros e filhos da terra, emigrados, tomados por reminiscências do passado.