MMASC assinala 500 anos da beatificação da Rainha Santa Isabel
O Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso (MMASC) assinala os 500 anos da beatificação de Isabel de Aragão, tornada Rainha de Portugal pelo seu casamento com o Rei D. Dinis.
A causa próxima para o MMASC se associar à efeméride é a obra “Rainha Santa Isabel”, de Paula Rego, artista consagrada na nona edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (PASC) e que, hoje, em termos de arte contemporânea, é das mais apreciadas do Museu.
Desde o dia 11 (data em que se evoca a celebração do casamento de D. Dinis com Isabel de Aragão) e durante todo o ano, os públicos do MMASC têm ao seu dispor, na receção daquele equipamento, informação específica sobre o quadro de Paula Rego, com a qual se pretende não só chamar a atenção para a obra, mas também permitir a sua interpretação.
Sobre a obra “Rainha Santa Isabel”, escreveu João Pinharanda, presidente do Júri do PASC: “Apenas nas rosas que se espalham pelo chão ou na figura da rainha mais velha, que precede a que parece ser a Rainha Santa, podemos encontrar pontos de apoio ‘históricos’. Mas o que pode ser uma possível representação da tia, a rainha Isabel da Hungria (também santa, também abrangida por uma lenda igual à de Isabel de Aragão, mulher de D. Diniz, rainha de Portugal), pode ser a imagem da Rainha Má de outras histórias (aliás, parecer ser ela, virilmente revestida com uma couraça militar, quem empunha a espada que trespassa a enigmática vaca que pende de um espécie de Scala Coelis)”.
Contexto
Em 2016 assinalam-se os 500 anos da beatificação de D. Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, cujo ato aconteceu em 1516, pelo papa Leão X. Neste âmbito, estão a decorrer em Portugal comemorações que pretendem evocar o legado de tão notável personalidade da História de Portugal, amplamente conhecida por Rainha Santa Isabel de Portugal.
Breve Biografia de D. Isabel de Aragão:
Filha de Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, Isabel nasceu no Palácio de Saragoça, no dia 4 de janeiro de 1271.
Em 1280, D. Dinis envia João Velho, João Martins e Vasco Pires a Aragão para contratar com aquele reino o matrimónio do Rei de Portugal com a jovem princesa, à data com apenas 9 anos de idade.
Aceitadas as disposições do acordo, celebra-se, em Barcelona, no dia 11 de fevereiro de 1282, o casamento, por procuração, de D. Dinis com D. Isabel, seguindo-se depois a viagem, até Portugal, da jovem rainha. No dia 26 de junho dão-se as bodas, agora com a presença do rei, em Trancoso. Do seu enlace com D. Dinis nasceram apenas dois filhos: Afonso, futuro rei de Portugal e Constança, futura rainha de Castela.
Desde a sua chegada a Portugal, D. Isabel tomou parte ativa nos destinos do reino, desempenhando ainda as funções de arbitragem na resolução de alguns conflitos peninsulares, para os quais era convocada. Contudo, viria a ser recordada como uma rainha de forte ligação à causa social, empenhando-se no apoio e na criação de hospitais, albergarias e na assistência direta aos mais desfavorecidos, (recorde-se o lendário milagre das rosas).
D. Isabel viria a falecer em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336, precisamente depois de uma longa viagem entre Coimbra e a vila alentejana, que teve por finalidade travar uma batalha entre D. Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Castela (neto de D. Isabel e sobrinho de D. Afonso IV). Viria a ser sepultada em Santa Clara-a-Velha de Coimbra, em aura de santidade.
A rainha Santa Isabel de Portugal foi beatificada em 1516 e canonizada em 1625 pelo papa Urbano VIII. O seu túmulo encontra-se atualmente no mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, cidade da qual é padroeira.